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Série II / Número 168 / Volume 47
Março 2023
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DOI: 10.52590/M3.P705

Apresenta-se uma resenha histórica sobre a investigação e o ensino da Catálise em Portugal, recordando algumas iniciativas pioneiras e eventos que contribuíram para consolidar a disciplina. Em particular, destaca-se a criação da Divisão de Catálise da SPQ (agora designada Divisão de Catálise e Materiais Porosos), cujo 30.º aniversário se celebra também nesta data.


A proteína p53 é responsável pela integridade das células, estando envolvida no processo de interrupção do ciclo celular, apoptose, senescência, diferenciação e reparação do ADN. Em 50% dos cancros humanos, a p53 selvagem encontra-se inibida por reguladores negativos (ex.: MDM2/MDMX). Nos restantes casos, esta proteína encontra-se mutada não sendo capaz de exercer as suas funções. O interesse nesta proteína tem aumentado ao longo das últimas décadas, incluindo na descoberta de pequenas moléculas capazes de reativar a função supressora de tumores da p53. Nos últimos anos, o nosso grupo de investigação tem desenvolvido novos ativadores da p53. Neste artigo, fazemos uma pequena revisão sobre os moduladores da p53 mais relevantes e sobre o trabalho desenvolvido pelo nosso grupo nesta área.


A doença de Alzheimer é uma doença multifatorial complexa, principalmente caracterizada pela perda progressiva de memória e da capacidade cognitiva, motora e funcional. A inexistência de terapias eficazes para o tratamento da mesma, assim como as limitações no desenvolvimento de novos fármacos para o sistema nervoso central (SNC), têm motivado a procura de novas estratégias terapêuticas para esta doença. De forma a mitigar estas limitações, os compostos multialvo têm vindo progressivamente a ser desenvolvidos como uma potencial estratégia alternativa para o tratamento da doença de Alzheimer. Assim, neste artigo descreve-se o design, a síntese e a avaliação biológica de uma nova biblioteca de cromeno[3,4-b]xantonas, assim como dos seus respetivos precursores (E)-2-[2-(propargiloxi)estiril]cromonas, como potenciais inibidores da acetilcolinesterase (AChE) e agregação β-amiloide (Aβ).


O peptidoglicano (PGN) é um constituinte importante da parede celular bacteriana que está relacionado, diretamente ou através das enzimas que o sintetizam, com a progressão de diferentes infeções bacterianas e com diferentes mecanismos de resistência a antibióticos. O acesso limitado a fragmentos de PGN de estrutura quimicamente definida e com elevado grau de pureza têm interferido com a investigação do papel crucial que o PGN exerce em diferentes processos biológicos. Numa primeira abordagem, por meio de uma reação de acetólise da quitina, foi possível obter o dissacárido peracetilado correspondente, que através de uma estratégia ortogonal de grupos protetores originou um intermediário avançado em apenas cinco passos de síntese. Esta molécula apresenta todos os grupos funcionais, com um posicionamento correto, tal como os fragmentos de PGN, e consequentemente, sendo um intermediário de alto valor sintético. Numa segunda estratégia, foi utilizado quitosano como material de partida numa síntese quimioenzimática. Através de uma estratégia ortogonal com diferentes grupos protetores foi possível modificar um polímero de alto peso molecular num mimético da componente de hidrato de carbono do PGN. Após hidrólise com enzimas que reconhecem e degradam o PGN, foi possível identificar vários oligossacáridos que constituem o PGN.