Os processos eletroquímicos estão subjacentes ao funcionamento dos dispositivos eletroquímicos para armazenamento e conversão de energia. Alguns destes sistemas apresentam problemas, como elevado custo, toxicidade, uso de metais pouco abundantes, reciclabilidade, entre outros. As baterias redox de caudal (BRC) orgânicas tornaram-se um importante tópico de pesquisa na última década como uma alternativa bastante promissora a sistemas baseados em metais caros como as BRC de vanádio. Nesta revisão discute-se o uso de mediadores redox orgânicos (MRO) em BRC. A família das quinonas destaca-se dada a facilidade de modulação da estrutura molecular resolvendo problemas associados aos potenciais redox, à solubilidade (solução aquosa vs. não aquosa) e estabilidade destes compostos. Nos últimos quatro anos, período a que reporta esta revisão, diferentes grupos desenvolveram sistemas baseados no núcleo quinona para BRCs que podem abrir excelentes perspetivas para o futuro.
O dióxido de carbono (CO2) é um dos principais gases responsáveis pelo aumento antropogénico do efeito de estufa na atmosfera da Terra. A conversão eletrocatalítica do CO2 pode ser uma medida promissora que permite converter este gás em moléculas úteis – hidrocarbonetos e álcoois. Contudo, uma vez que CO2 é uma molécula inerte, isto é, pouco reativa, a energia necessária para a sua conversão é alta. Assim, a escolha do catalisador é um fator importante para a redução desta energia, permitindo ainda aumentar a seletividade para um produto desejado. As estruturas metalo-orgânicas (do inglês MOFs) são excelentes candidatas, visto que possuem propriedades favoráveis para este processo - elevada porosidade permanente, elevada cristalinidade, elevada área superficial e a disponibilidade de centros metálicos ativos. Para serem utilizadas como eletrocatalisadores é necessária a sua imobilização numa superfície condutora. Este artigo discutirá as MOFs usadas, as diferentes técnicas para a sua imobilização e os resultados obtidos na conversão eletrocatalítica do CO2.
O atum enlatado (Katsuwonus pelamis) é um produto tradicional e bastante relevante na cultura e culinária de Portugal. Um dos resíduos principais do processo de enlatamento do atum é o óleo, que devido à sua riqueza em determinados ácidos gordos polinsaturados ómega-3, tal como o ácido docosa-hexaenóico (DHA), tem um grande potencial de ser valorizado como subproduto, aumentando a sustentabilidade e o retorno económico do processo de conserva. Através da análise da qualidade do óleo antes e depois da montagem de equipamento que permite a separação mais eficiente do óleo de outros subprodutos e resíduos na fábrica de conservas Cofaco Açores, que incluem principalmente o perfil de ácidos gordos e parâmetros de segurança para consumo humano, estão a ser averiguadas as potenciais aplicações para o óleo de atum. Devido às características esperadas para este óleo de peixe, o mesmo poderá ter várias aplicações, desde o enriquecimento de produtos de cosmética, à produção de biocombustíveis e, principalmente, como suplementos alimentares nutracêuticos. A aplicação mais promissora para o subproduto oleoso gerado, considerando uma primeira estimativa com base na literatura científica disponível, será a produção de suplementos nutracêuticos, designadamente em forma encapsulada, comercializados com valores médios de 460 €/kg.
O cerne deste artigo é dedicado ao estudo da família de Branca Edmée Marques, a primeira Professora Catedrática de Ciências numa Universidade portuguesa. Uma recolha arquivística fidedigna permitiu estabelecer a sua árvore genealógica até à 4.ª geração ancestral. Salienta-se a influência dominante da história social, cultural e humanística, principalmente de sua mãe e de sua avó materna, na têmpera da Professora Branca. Apresentamos ainda, resumidamente, o seu percurso estudantil, a estadia no Institut du Radium em Paris e a fundação do Laboratório de Radioquímica, depois Centro de Estudos de Radioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade Lisboa.
Em 31/03/2023 foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia o Regulamento Delegado (UE) 2023/707 da Comissão Europeia que altera o Regulamento (CE) n.º 1272/2008 no respeitante às classes de perigo e aos critérios de classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas. Este regulamento introduz novas classes e categorias de perigo, nomeadamente, Desregulador endócrino para a saúde humana (ED HH) categorias 1 e 2, Desregulador endócrino para o ambiente (ED ENV) categorias 1 e 2, Persistente, bioacumulável e tóxico (PBT) ou muito persistente, e muito bioacumulável (mPmB), e, Persistente, móvel e tóxico (PMT) ou muito persistente e muito móvel (mPmM), e critérios para a classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas. Neste artigo apresenta-se uma panorâmica geral sobre o regulamento Delegado, sendo abordados os antecedentes, o âmbito de aplicação, as novas classes e categorias de perigo, as principais alterações na comunicação dos perigos e as datas de implementação.