Tempos houve, e não vão longe, em que o papel e a utilidade da cultura das sciencias, para manter o prestigio moral e a força das sociedades, eram completamente desconhecidos ou mal apreciados. A sciencia era tida como obra esteril, entretenimento de luxo ou de curiosidade, servindo, quando muito, para os grandes e poderosos da terra. Houve na revolução francesa espíritos es-treitos que inculcaram «a inutilidade da casta dos sábios especulativos, cujo espirito vagueia constantemente por sendas perdidas na região dos sonhos e das chimeras», e não hesitaram em affirmar que «a republica não tinha obrigação de fazer sábios, nem lhes crear privilégios»; mas sim, apenas de contribuir para a instrucção geral a todos os cidadãos! E até um chimico (foi FROU-CROY, ha de tudo neste mundo!), renegando a sua missão e as dignidades académicas, fulminava «as gothicas universidades e as aristocraticas academias».