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Volume 12 / Número 3
1970
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Retomaram-se as experiências de Brdicka sobre polarografia de proteínas séricas. Paralelamente estudaram-se as mesmas proteínas em electroforegramas e em cromatogramas com a finalidade de, por intermédio das três técnicas físico-químicas anteriormente referidas, tentar a interpretação dos resultados indicados por Brdicka e confirmados por nós. Tenta-se, também, esboçar as bases de um possível diagnóstico precoce de doenças que provoquem alteração nas proteínas séricas.

Faz-se o estudo da coprecipitação com amoníaco, para vários valores de pH no intervalo 6 a 9. A concentração de cobalto nas soluções varia de 8.10 -e a 1,38.10-2M, sendo a razão molar entre o cobalto e o arrastador de 0,003 a 1,5. A relação da extensão da coprecipitação com os pontos de carga zero leva à conclusão que o arrastamento do cobalto não será devido à formação na interfase sólido-solução duma dupla camada eléctrica em que o OH- seria o ião determinante do potencial e o Co2+ o ião contrário, mas que será antes devido a uma interacção específica entre o Co" e as cargas negativas da superfície do precipitado.


Concentram-se em pequenos volumes os radionúclidos contidos em grandes amostras (50 a 200 litros) de água da natureza. O césio-137 acompanha os precipitados de hexacianoferrato niquelato de potássio, separando-se do estrôncio-90, que segue os carbonatos alcalinoterrosos, solubilizados por ácido azótico diluído. Na sequência das purificações destes radionúclidos é de destacar a solubilidade do perclorato de níquel na mistura de álcool butílico e acetato de etilo, e também a precipitação do césio-137 pelo ácido silicomolíbdico.
Fez-se um estudo do composto bis(benzotiazol-2-tiolato) cádmio, tendo em vista a aplicação do benzotiazol-2-tiol como reagente analítico. Determinaram-se as zonas de estabilidade térmica daquele sal e a sua constante produto de solubilidade. Esta foi determinada por análise de resultados de titulações potenciométricas com um eléctrodo específico de cádmio.
Discutem-se os diferentes factores de que depende o número de coordenação que um ião metálico de transição adquire num complexo. A discussão é limitada às diferentes possibilidades do Co (11), de que se conhecem, quase exclusivamente, os números de coordenação 4, 5 e 6, embora em diversas configurações estereoquímicas e moleculares. Citam-se, também, certos casos de equilíbrio entre complexos de Co (II) com números de coordenação diferentes, entre complexos com o mesmo número de coordenação e estereoquímicas diferentes e entre complexos que só diferem na multiplicidade de spin.
Apresenta-se um estudo da dispersão de ultra-sons de frequência igual a 100 kHz, e 2 MHz em misturas de gases poliatómicos: CH,-H,, CH,C1-Ar, CH,C1-He, C,114-H, C:114-He e C211.-C,H,. Na primeira parte descreve-se um interferómetro de Pierce, construído com base em aperfeiçoamentos e adaptações de aparelhos já publicados anteriormente, que permite fazer determinações a temperaturas elevadas, e unicamente condicionadas pelo desaparecimento do efeito piezoeléctrico de quartzo ou pela decomposição dos gases em estudo.
É o argentino Leloir, o novo laureado de Química, um colaborador de Houssay, outro prémio Nobel. Luís Leloir, de 64 anos, obteve es ta distinção nomeadamente pelos seus trabalhos acerca da activação energética dos glúcidos, inertes à reacção metabólica a não ser que sejam «activados», ou seja, transformados em derivados com potencial de grupos, termo que substitui hoje outro, pouco feliz, de ligações «ricas em energia» que devemos a Lipmann (Prémio Nobel).