POSIÇÃO DA SPQ SOBRE A AVALIAÇÃO DAS UNIDADES DE I&D EM QUÍMICA
Sendo a área da química, das 22 constantes no ESI- WoS, aquela que mais vezes aparece no Ranking 1% (Rk 1%; 1% mais citada dentro da área científica "field" da química) das instituições de ensino portuguesas (universidades), transversal a muitas outras áreas do conhecimento, é com profunda preocupação que a SPQ observa o resultado da 1ª fase do processo de avaliação efetuado pela FCT aos centros de investigação de química do país. Em particular assinala o facto de vários centros de química, de norte a sul de Portugal, não terem passado à 2ª fase do processo de avaliação, o que na prática condena à sua provável extinção. Se considerarmos o conjunto dos centros de investigação cuja área dominante é a química, estes representam 50% do total dos centros desta área científica em Portugal.
O caminho trilhado, desde há mais de 20 anos, é um percurso de formiga, lento e árduo, mas com resultados; tem sido consensual o salto qualitativo e quantitativo que a ciência portuguesa deu nos últimos 20 anos. Estes centros de investigação apresentam indicadores de produtividade científica significativos, aliás atestados tanto pelo facto de terem recebido maioritariamente classificações de Excelente ou Muito Bom nas anteriores avaliações, como pelos dados bibliométricos gerados pela FCT com base nos dados fornecidos pelos investigadores (ORCID/SCOPUS). Tanto a Universidade do Minho como a Universidade de Aveiro surgem no Rk1% do ESI. Sendo expectável considerar que os seus centros de investigação tenham forte contribuição para esta posição, este processo de avaliação levanta fundadas interrogações.
A SPQ mostra forte apreensão com a situação e espera que a FCT tenha capacidade de inverter este rumo, reconhecendo que o processo de avaliação efetuado apresenta falhas significativas e graves que urge retificar de imediato. A SPQ encontra-se disponível para colaborar em qualquer solução que permita o arrepiar deste caminho.
A SPQ solidariza-se igualmente com outras áreas, em especial áreas congéneres, nomeadamente a Física (que conjuntamente com a química é que maior taxa de publicações e citações apresenta em Portugal) que correm igualmente o risco de sofrer um rude golpe com esta avaliação.
A direção da SPQ,
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