No dia 20 de julho de 1969 os olhos de cerca de 600 milhões de pessoas de todo o mundo estiveram focados no televisor.
O Homem ia pousar no solo lunar e esse acontecimento extraordinário estava a ser transmitido em direto. A televisão portuguesa também transmitiu, em direto e em diferido, horas sucessivas dessa aventura que parecia ficção científica. Cerca das três horas da madrugada (em Portugal) do dia 21, Armstrong saiu do módulo lunar Eagle e deu “um pequeno passo para o Homem, mas um salto de gigante para a humanidade”.
Os arquivos da RTP referem que a alunagem do Eagle e o famoso “pequeno passo” de Armstrong foram transmitidos em diferido. A emissão, como era hábito, era interrompida durante a noite.
Os Químicos portugueses foram surpreendidos pela inesperada notícia do falecimento do colega Peter Carrott no dia 1 de abril, aos 64 anos. O Peter era Professor Catedrático da Universidade de Évora e um membro ativo da Sociedade Portuguesa de Química, particularmente da sua Divisão de Catálise e Materiais Porosos (à qual presidiu no período 2003–2005, tendo organizado o 6.º Encontro, em Évora, em 2003), e mais recentemente do Grupo do Carbono, ao qual presidia desde janeiro do ano corrente.
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Da série “Dos Átomos e das Moléculas “, acabam de ser lançados os volumes 6 e 7, da autoria de Raquel Gonçalves Maia, sobre a biografia de grandes “químicos industriais” do século XX, respetivamente, Leo Baekeland e Wallace Carothers.1
Raquel Gonçalves Maia é uma académica escritora que, nestes dois livros, oferece um olhar histórico e crítico sobre os inventores dos materiais que revolucionaram os hábitos de consumo, praticamente desde o início do século XX. Trata-se de duas obras fáceis de ler e de assimilar, escritas num estilo claro, denotando, por parte da autora, uma jornada intelectual com objetivos bem definidos.
Corpos celestes primitivos, em particular aqueles que contêm gelo, preservam informações que remontam à formação do sistema solar. Por isso, a pesquisa sobre corpos celestes primitivos é crucial para explicar a origem e evolução desses corpos e a origem da vida no nosso sistema solar. As regiões permanentemente sombreadas (PSRs) dos gelos polares da Lua preservam compostos voláteis e orgânicos que foram entregues por cometas e/ou asteroides. Por outro lado, o rególito lunar contém compostos orgânicos, mas a sua origem foi recentemente determinada como sendo contaminação terrestre durante o manuseamento das amostras das missões espaciais Apollo na década de 1970. As análises químicas da matéria orgânica presentes em amostra lunares mostram a importância da curadoria na preservação de materiais primitivos do nosso sistema solar.
Apesar da presença de água na Lua ser hoje indiscutível, ainda subsistem várias questões em aberto, nomeadamente: qual a quantidade total de água nos reservatórios na Lua?; qual a sua distribuição e em que forma a podemos encontrar? Para além de abordar estes temas, também são aqui apresentados os métodos e técnicas que conduziram à obtenção das evidências científicas relacionadas com a questão da existência de água na Lua.
Usar a Lua como se fosse um espelho parece uma ideia bizarra. Contudo, diversas abordagens científicas recorreram a este subterfúgio para alcançar os seus objetivos. Para a observação do trânsito de Vénus em junho de 2012, pelo telescópio espacial Hubble, recorreu-se a este método, visto ser impossível uma observação direta do Sol. A análise da reflexão do brilho terrestre na superfície lunar tem também sido utilizada para o desenvolvimento de métodos para detetar evidências da existência de vida na Terra.
As grandes planícies vulcânicas da Lua, genericamente conhecidas como mares, foram formadas por diversos eventos eruptivos ao longo de longos períodos. A identificação das respetivas unidades geológicas em cada grande planície tem sido baseada em distintas interpretações geológicas a partir de imagens remotas que conduzem normalmente a mapas muito pouco concordantes. Sendo as crateras de impacto um testemunho do passado geológico das superfícies planetárias, propõe-se explorar o seu arranjo espacial para desenvolver uma metodologia quantitativa capaz de efetuar a identificação e datação diferenciada das grandes planícies vulcânicas da Lua de uma forma objetiva.
A criação da Faculdade de Ciências Exatas e a implementação do curso inaugural de Licenciatura em Ciências Exatas em 2015 surgem como forma de mitigar a escassez, em Timor-Leste, de qualificações nestas áreas tão necessárias para o desenvolvimento do país. De facto, em 2014, nenhuma das sete unidades orgânicas de ensino e investigação existentes na Universidade de Timor Lorosa’e orientava em exclusivo o ensino e a investigação científica dentro dos domínios do conhecimento das áreas das ciências exatas, concretamente as básicas como a Matemática, a Física e a Química. Para a implementação da Faculdade de Ciências Exatas, a Universidade de Timor-Leste conta, desde o primeiro dia, com o apoio técnico e pedagógico da Universidade de Aveiro. Com a chegada dos primeiros finalistas deste curso a Portugal para frequentarem algumas das unidades curriculares do 5.º ano e o projeto final do curso na Universidade de Aveiro, achamos relevante fazer agora, com esta comunicação, um balanço das atividades e sucessos desta jovem faculdade no que se refere ao ensino da Química, uma das disciplinas basilares do seu curso inaugural.
O sistema periódico dos elementos, apesar de poder ser considerado fruto de um processo evolutivo, teve em Dmitri Mendeleev o seu maior criador e o maior impacte produzido na comunidade científica. A sua elaboração, fundamentada no conceito de peso atómico, servia também as propriedades dos elementos. Muitas foram as suas previsões acertadas, em termos de elementos por descobrir.
A Tabela Periódica nasceu em 1869. Era aparentemente um sistema completo, desde que o futuro se encarregasse de preencher os elementos em falta. O verdadeiro pesadelo de Mendeleev começou com a descoberta dos gases nobres e a multiplicação das terras raras. Como incorporá-los no sistema periódico? E o que dizer das descobertas do eletrão, dos raios X e da radioatividade? Da transmutação dos elementos? Mendeleev sentiu necessidade de ressuscitar o éter. E podemos imaginar o que teria sofrido Mendeleev se tivesse vindo a conhecer o núcleo, o número atómico, os isótopos e a multiplicidade de partículas subnucleares. Mas a Tabela Periódica sobrevive, vai para 150 anos. Em grande parte porque a Química, essencialmente reacional, pode operar num nível que permite a abstração da estrutura mais profunda da matéria.
O cobalto começou a ser usado em meados do II milénio a.C. na pintura cerâmica e na coloração do vidro, logo que este começou a ser produzido regularmente. É em geral aceite que a produção regular do vidro teria tido início na Mesopotâmia, mas foi só no Egito que, por enquanto, foram encontrados indícios de oficinas de produção datadas do Bronze Final. Descrevem-se sumariamente as matérias-primas, o processo de produção e as fontes de cobalto utilizadas. Foi demonstrado por Shortland e colaboradores (2007) que existem diferenças de composição consistentes entre os vidros mesopotâmicos e os vidros egípcios, as quais não estão relacionadas com o corante mas com fatores geológicos. Isso tem permitido, recorrendo a técnicas adequadas de análise elementar, determinar a proveniência de vidros arqueológicos achados em vários sítios datados do Bronze Final e estudar o comércio do vidro em bruto nesse período. Apresentam-se alguns exemplos. O vidro tornou-se relativamente raro em finais da Idade do Bronze, mas nos séculos IX–VIII a.C. a sua produção parece ter sido já restabelecida. Apontam-se algumas causas possíveis de tal queda.
A atividade proposta nesta edição pretende ajudar a desvendar os segredos do que acontece quando adicionamos drageias do tipo Mentos a refrigerantes do tipo CocaCola. Neste caso, a intensa libertação gasosa que é possível observar não está associada a uma reação ácido–base. Como é que o número de Mentos afeta a quantidade e a velocidade desta libertação gasosa?
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